sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

estação bolívia: victor hugo viscarra


Nací viejo.
Mi vida ha sido un tránsito brusco de la niñez a la vejez, sin términos medios.
No tuve tiempo para ser niño. Hay una pelota nuevita, guardada en algún rincón de mis recuerdos. Lo más lógico ha de ser que yo sea un verdadero niño cuando me llegue la vejez. Para ella, es cierto, uno tiene tiempo de sobra. Presumo que ha de ser a los cuarenta y nueve años, pues si llego a los cincuenta me suicido. Nacionalizo una pistola y me pego un tiro.

São as primeiras palavras de Victor Hugo Viscarra em seu livro Borracho Estaba, pero me Acuerdo. Victor Hugo não chegou aos 50, morreu aos 49 anos, e não se matou. Morreu em conseqüência de uma cirrose que lhe acompanhava havia tempo. Foi sem dúvida um dos escritores bolivianos mais interessantes, embora sua recepção ainda seja reduzida a círculos restritos, mesmo sendo amplamente encontrado em pequenas barracas que vendem livros pelas ruas de La Paz, em edições baratas. Passou 30 dos seus 48 anos vivendo nas ruas de La Paz onde recolheu toda inspiração para seus textos. Escreveu contos, crônicas e relatos biográficos, todos desde às margens, desde o submundo da iluminada cidade de La Paz, abordando com um realismo cru o universo degradado de quem vive nas ruas o infortúnio de ter que lidar com o frio paceño de noites ao relento, com o perambular cotidiano sem um centavo no bolso, com toda violência e degradação de quem só encontra refugio no álcool e no tinner, e em pequenos golpes diários para levar o dia seguinte...
Postarei mais sobre Victor Hugo. Abaixo, do mesmo livro citado, deixo um outro trecho, onde em forma de relato biográfico (?) ele descreve sua entrada definitiva no submundo paceño, quando já não havia volta.

Mi primera noche en la calle la pasé caminando entre el callejón y las calles adyacentes, tratando de dormir acurrucado en el portal de la casa de un curita, nuestro vecino. No recuerdo qué hice al día siguiente. Como para entonces los que ocupaban el morro de tierra del callejón habían muerto, la segunda noche me animé a ir más allá de la avenida Buenos Aires y Max Paredes. Lo que iba conociendo a medida que caminaba por la zona, no había visto ni en mis más terribles pesadillas; me impresionó de tal manera, que tuve miedo de enloquecer.

Um comentário:

alzo disse...

Muito bom saber sobre os poetas bolivianos, uma delícia! Felix