quarta-feira, 24 de agosto de 2011

estudo para tempo grave

 





[ sem máscara de ar ]






POEMA É SINTOMA

: VERTIGEM NA PELE-PALAVRA
: RESPIRAÇÃO CUTÂNEA QUANDO A PELE, PALAVRA

E TAMBÉM OUTRAS COISAS QUE SÃO OUTRAS
FEITAS DO MESMO E SEMPRE MESMO
GESTO-GOSTO INFLADO, ENFADO


 



texto meu, inédito e em processo.


terça-feira, 23 de agosto de 2011

poema de frederico barbosa + música de ludov

[ à insônia e ao atropelo do dia sem saída ]   


(...)

procuro no vão
pegar
no sono do sono sem sono
apagar
do sono no sono sem sono

procuro no vão
do sono


*

rondam fantasmas
lembranças lentes
resgates graves
do esquecimento:

rolam farrapos
detalhes frágeis
resquícios do dia
entraves lentos:


*

talvez razão na insônia
talvez insânia
> poema de Frederico Barbosa, do Louco no Oco sem Beira (2001)


***

+ ludov p/chá p/já


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

9º Festival Recifense de Literatura

DIVULGANDO:


A capital pernambucana sedia nesta semana o 9°Festival Recifense de Literatura – a Letra e a Voz. A proposta é discutir a questão da memória em gêneros e narrativas literárias. Os homenageados serão os escritores Lucila Nogueira e Marco Polo Guimarães. O evento, que é realizado pela prefeitura do Recife e segue até o próximo domingo (28), terá seminários, oficinas, debates, lançamentos, mostra de cinema, além da Festa do Livro.

O festival, que contará com a presença de nomes da literatura nacional como Julian Fucks (SP), Michel Laub (SP), Zé Paulo Cavalcanti (PE) e Joca Reiners Terron (SP), tem como destaque em sua programação o lançamento de livros dedicados aos homenageados da edição. O livro dedicado à obra de Lucila Nogueira – ‘Não demores tanto’ - reúne poemas de amor; já o de Marco Polo – ‘Oficina do Avesso’ - faz um apanhado do legado do autor, incluindo três poemas inéditos. Os lançamentos acontecem nesta terça-feira (23), no espaço Muda.

Para os amantes da poesia, o Festival Recifense de Literatura promove no sábado (27), na Livraria Cultura, um bate papo sobre poesia que contará com a participação dos poetas Wellington de Melo, Cida Pedrosa e Pedro Américo. Cada um deles recitará e comentará um texto que influenciou suas escritas.



FESTA DO LIVRO


A programação de lançamentos e exposições da Festa do Livro é uma oportunidade para conferir a produção editorial pernambucana, na literatura de cordel, publicações alternativas, além de prestigiar os livreiros já tradicionais do evento. No sábado e domingo, haverá programação infantil que inclui contações de histórias, cineminha e espaço de leitura, no Espaço Criança, que funcionará no térreo do Shopping Paço Alfândega
PROGRAMAÇÃO COMPLETA > aqui


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

>
para dias de um chile insurgente, um chile que não se dobra e não cessa, que se multiplica por mil. milhares enchendo as ruas: 70, 400 mil. um chile que se renova no protagonismo dxs estudantes, recobrando a memória da histórica esquerda chilena, para esse chile, deixo aqui a poesia bélica de silvio rodriguez, numa linda versão de santiago de chile, música impreganada de indignação pelo golpe de 73, pela repressão brutal da ditadura de pinochet, pelo adiamento do sonho democrático socialista. o chile insurgente é um alento, um sopro de alívio nesta sexta-feira. viva chile! 


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

3 poemas de amador ribeiro neto

recato


telefone email fax correio
ligações estão ficando perigosas demais
literatura já deu cinema
deu cama em motel de segunda
a sábado menos domingo deus sabe lá porque diabos este
caso pode dar dor de cabeça brabas em sendo
assim eu li em camões nos tempos de ginásio inês é morta já
não sou mais bobo de voar de asa delta coração
sem reservas



saudades


assim
saudades sim
simples
como brinco tupiniquim
um coco de roda
cirandas voltas de tu em mim



escassez


falta dinheiro & falta
falta um poema

aqui
no meu bolso

com tutano medula
& osso

poucos
bem loucos

raros poetas
falam disto

muito
poucos



> poemas de Amador Ribeiro Neto retirados de barrocidade (2003).

domingo, 7 de agosto de 2011

estação bolívia

> NOTA SOBRE A MÚSICA DE ZELMA VARGAS (ZoE)

Vivi entre La Paz e El Alto (cidades contíguas) durante 7 meses. Lá estive realizando trabalho de campo relativo ao projeto de tese que venho desenvolvendo. Além de tratar das questões relacionadas ao processo político boliviano contemporâneo, às dinâmicas de organizações de movimentos populares nas quais me vi metido cotidianamente (e que me cobrava quase toda energia), tive a oportunidade de conhecer alguma coisa da literatura, da música e do cinema produzidos principalmente desde La Paz. Algo que realmente me encantou pela vitalizada, pela força criativa. Voltando ao Brasil, sempre que posso tenho tentado socializar um pouco do que conheci. O tempo sempre curto termina dificultando um pouco as coisas. Voltei interessado em, através do blog, divulgar pelo menos alguns dos poetas que conheci, algo que em certa medida iniciei e no fôlego possível pretendo dar continuidade. Divulguei também (ainda que muito precariamente) alguma coisa de cinema e de música.

zelma vargas, foto divulgaçao
Dentre poetas e músicos que conheci em La Paz, certamente Zelma Vargas foi uma das mais interessantes. Desenvolvendo um trabalho autoral e bastante inventivo, atravessado por referências musicais contemporâneas diversas, capturadas e articuladas de maneira muito própria; incorporando poemas do poeta cubano Nicolás Guillén e do uruguaio Mario Benedetti como letras de músicas; e articulando tudo isso a sua voz poderosa e a seu violão sempre intrépido, Zelma, pese sua pouca idade, elabora uma identidade sonora que lhe coloca certamente num lugar especial não só na música paceña (de La Paz) ou boliviana. Aqui em casa, sempre que possível, no encontro com amigos, encontros festivos ou não, quando o som de Zelma se faz escutar, ele é acolhido por todos com uma sensação muito próxima a que tive quando a escutei pela primeira vez. Uma sensação de encantamento. Rebeldia e delicadeza, melancólica e contentamento.
Acredito que, não obstante a língua (que não deve ser um problema), muitos/as outros/as brasileiros/as também seriam capturados por sua música.  Pena que pouca coisa esteja disponível na internet.

+ alguma coisa aqui.

Abaixo uma nota que me chegou outro dia num email de divulgação de uma de suas apresentações

:

Zelma Vargas (Zeta) se auto interpreta desde el año 2004. En su primer disco llamado ZÖE (llena de vida) que fue grabado entre 2006 y 2008, se escuchan poemas de Mario Benedetti y Nicolás Guillén musicalizados con diversos instrumentos, algunos convencionales, otros tradicionales y otros que son más bien objetos sonoros. A pesar de ser pianista y no así guitarrista, Zelma encuentra en la guitarra de manera empírica, una gran compañera y herramienta de expresión; la explora así de diversas maneras, característica que se hace propia de su estética musical al igual que su voz que sale desde las entrañas con intensidad o delicadeza cuando así se requiere. Sus letras hablan de temas sociales, pasiones, experiencias personales y existenciales; escritas en versos, prosa y de manera experimental. Su única intención es comunicar su forma de ver y vivir la vida. Ama la música de Fernando Cabrera, Eduardo Mateo, Violeta Parra, Matilde Casazola, Café Tacuva, Revueltas y las músicas tradicionales indígenas entre otras de diversos estilos. Se autodefine como “auto-intérprete” porque a través de la música puede conocerse, reconocerse, y curarse de este hermoso pero insano mundo. Z. (SU OTRO YO). <


lançamento de livro de bruno gaudêncio

divulgando nota recebida por email

:

Na próxima sexta-feira, dia 12 de Agosto, às 19:30 horas, o escritor Bruno Gaudêncio lançará na cidade de Campina Grande, Paraíba, o livro Cântico Voraz do Precipício (Via Litterarum Editora, 68 pgs. 15 reais) no Centro de Cultura e Artes da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), antigo Museu Assis Chateaubriand, localizado ao lado do Terminal de Integração.

Natural de Campina Grande (PB), o escritor Bruno Gaudêncio em 2009 publicou a coletânea de poemas O Ofício de Engordar as Sombras (Sal da Terra). Seu nome vem destacando na atual literatura paraibana, graças a sua atuação junto aos Núcleos Literários Blecaute e Caixa Baixa (respectivamente de Campina Grande e João Pessoa) e pela co-edição da Revista Blecaute, juntamente com seus amigos Jãn Macedo e João Matias de Oliveira.
desejo a Bruno boa sorte na divulgação e recepção da obra!
<

poema do sem lugar

EQUIPAMENTOS <

EM TERMOS CONCRETOS
POSSUI SOMENTE:

SUA CONSCIÊNCIA SÃ
SUA FAMÁRCIA DE LEXOTAN


intervensão em muro, sopocachi bajo, ciudad de La Paz I 2011


> o poema é do livro sem lugar (2007)

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

>

chá hoje faz 30 anos. nem acredito. nem ela acredita. não denuncia em nada o gesto da idade. só acredito nos quase 11 anos que estamos juntos. e no que virá. nada me comove mais do que chá. esse cuidado e desejo multiplicados diariamente. foram tantos poemas dedicados, mas infelizmente nenhum publicável. minha sorte diária: capturar pela sala, pelo quarto, pelo ordinário do dia, a displicência de sua força que pode ser bélica e é sempre delicada, seu contentamento mais preciso, seu ruído e cheiro, seu sorriso-gargalhada mais intenso e vivo. sua pedagogia de futuro infinito e raro. seu corpo descoberto no tato lento do desejo elétrico. chá quer o mundo calmo compartido, como casa cheia de amigos e familiares queridos. quer cães e outro bichos. jardins, jardins, jardins desde o começo. é meu continente sem tiranos, minha casa de alívios, vício e viço, e também precipício. antídoto pro meu jeito magro e combalido. e algo sempre mais. oxalá, logo também mãe, porque como gênio do gênero, não pode deixar de ser a possibilidade de outro início.