quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

POEMA do SEM LUGAR

foto de adriano batista
ALOJAMENTO

mobiliou meu corpo
e foi viver na rua

as paredes pintadas assim
não me agradam

teu ventre vacilante
ainda é meu quarto
quando sonho tua cama

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

POEMA do SEM LUGAR

TEXTURA




todo corpo
é uma super-superfície
lugar-centro-lugar

nada plano
plena pele densa

para se visitar
com calma
em valsa lenta

se safar

POEMA do SEM LUGAR

DESVÃO




todo merecer
de outra boca

ignóbil estopa que
limpa outra
leve tão rouca

sem vão,
um paiol de saliva

sem chão,
ambas:
a língua