domingo, 7 de agosto de 2011

estação bolívia

> NOTA SOBRE A MÚSICA DE ZELMA VARGAS (ZoE)

Vivi entre La Paz e El Alto (cidades contíguas) durante 7 meses. Lá estive realizando trabalho de campo relativo ao projeto de tese que venho desenvolvendo. Além de tratar das questões relacionadas ao processo político boliviano contemporâneo, às dinâmicas de organizações de movimentos populares nas quais me vi metido cotidianamente (e que me cobrava quase toda energia), tive a oportunidade de conhecer alguma coisa da literatura, da música e do cinema produzidos principalmente desde La Paz. Algo que realmente me encantou pela vitalizada, pela força criativa. Voltando ao Brasil, sempre que posso tenho tentado socializar um pouco do que conheci. O tempo sempre curto termina dificultando um pouco as coisas. Voltei interessado em, através do blog, divulgar pelo menos alguns dos poetas que conheci, algo que em certa medida iniciei e no fôlego possível pretendo dar continuidade. Divulguei também (ainda que muito precariamente) alguma coisa de cinema e de música.

zelma vargas, foto divulgaçao
Dentre poetas e músicos que conheci em La Paz, certamente Zelma Vargas foi uma das mais interessantes. Desenvolvendo um trabalho autoral e bastante inventivo, atravessado por referências musicais contemporâneas diversas, capturadas e articuladas de maneira muito própria; incorporando poemas do poeta cubano Nicolás Guillén e do uruguaio Mario Benedetti como letras de músicas; e articulando tudo isso a sua voz poderosa e a seu violão sempre intrépido, Zelma, pese sua pouca idade, elabora uma identidade sonora que lhe coloca certamente num lugar especial não só na música paceña (de La Paz) ou boliviana. Aqui em casa, sempre que possível, no encontro com amigos, encontros festivos ou não, quando o som de Zelma se faz escutar, ele é acolhido por todos com uma sensação muito próxima a que tive quando a escutei pela primeira vez. Uma sensação de encantamento. Rebeldia e delicadeza, melancólica e contentamento.
Acredito que, não obstante a língua (que não deve ser um problema), muitos/as outros/as brasileiros/as também seriam capturados por sua música.  Pena que pouca coisa esteja disponível na internet.

+ alguma coisa aqui.

Abaixo uma nota que me chegou outro dia num email de divulgação de uma de suas apresentações

:

Zelma Vargas (Zeta) se auto interpreta desde el año 2004. En su primer disco llamado ZÖE (llena de vida) que fue grabado entre 2006 y 2008, se escuchan poemas de Mario Benedetti y Nicolás Guillén musicalizados con diversos instrumentos, algunos convencionales, otros tradicionales y otros que son más bien objetos sonoros. A pesar de ser pianista y no así guitarrista, Zelma encuentra en la guitarra de manera empírica, una gran compañera y herramienta de expresión; la explora así de diversas maneras, característica que se hace propia de su estética musical al igual que su voz que sale desde las entrañas con intensidad o delicadeza cuando así se requiere. Sus letras hablan de temas sociales, pasiones, experiencias personales y existenciales; escritas en versos, prosa y de manera experimental. Su única intención es comunicar su forma de ver y vivir la vida. Ama la música de Fernando Cabrera, Eduardo Mateo, Violeta Parra, Matilde Casazola, Café Tacuva, Revueltas y las músicas tradicionales indígenas entre otras de diversos estilos. Se autodefine como “auto-intérprete” porque a través de la música puede conocerse, reconocerse, y curarse de este hermoso pero insano mundo. Z. (SU OTRO YO). <


Nenhum comentário: