sábado, 14 de novembro de 2009

POEMA de MARINA TZVIETÁIEVA


Lágrimas de ira e de amor!
Olhos molhados, quanto!
Espanha em sangue!
Tchecoslováquia em pranto!

Montanha negra -
Toda a luz amputada!
É tempo - tempo - tempo
De devolver a Deus a entrada!

Eu me recuso a ser.
No asilo da não-gente
Me recuso a viver.
Com o lobo regente

Me recuso a uivar.
Com os tubarões do prado
Me recuso a nadar,
Dorso quebrado.

Ouvidos? Eu desprezo.
Meus olhos não têm uso.
Ao teu mundo sem senso
A resposta é - recuso

Poema de "Versos à Tchecoslováquia" (1939). Tradução de Augusto de Campos.

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