quinta-feira, 31 de março de 2011

leitura de poemas do SEM LUGAR no ETNO CAFÉ

Na última segunda-feira, 28 de março, li poemas do Sem Lugar no Etno Café, um dos redutos boêmios mais movimentados no centro histórico de La Paz, situado na mais charmosa e preservada rua colonial da cidade, a calle Apolinar Jaén. A noite foi bastante agradável, li os poemas em espanhol, mas também em português a pedido dos amigos. A sonoridade no nosso idioma encanta os ouvidos de nuestros hermanos. Verónica Sanchez, que é organizadora do evento conhecido como literatura viva, me acompanhou nas leituras, lendo poemas de Carlos Drummond de Andrade, Ferreira Gullar e Cecília Meireles. Foi uma oportunidade de difundir um pouco textos de nomes importantes da literatura contemporânea brasileira, tão pouco conhecidos na Bolívia, quanto a rica literatura boliviana no Brasil. Uma pena. O Brasil ainda se fez presente nos intervalos nas vozes de Elza Soares e de um elétrico Ney Matogrosso dos tempos dos Secos & Molhados. Na sequência tivemos improvisações poéticas do espanhol Ivan Ayso, de passagem pela cidade, e de uma cantora experimental paceña, Zelma Vargas, inventado possibilidades nem um pouco óbvias com seu violão raivoso e encantador.

* as duas primeiras fotos são do amigo Mário Vargas

sábado, 26 de março de 2011

leitura de poemas do SEM LUGAR no ETNO CAFÉ


Segunda-feira, dia 28 de março, às 21h00, estarei lendo poemas do Sem Lugar no Etno Café a convite de Veronica Sanchez. O evento, chamado literatura viva, ocorre todas as segundas-feiras, com participação de poetas convidados.

poemas do SEM LUGAR em espanhol



BALANCEO

supe de la piedra-revoco
que cayó en el medio de la sala
de la lámpara que se apagó

supe de las manos
en los muslos del clítoris
de un amor algo gris

supe del nuevo sofá azul
sentimental como todo sofá azul
de la parcelación
de las nuevas deudas

supe que ha subido en la vida
ahora es electricista
tiene carnet firmado

supe de los rasguños
en los calcañares
de la vena dilatada en la frente
del deseo de bares
y de la voluntad que tienes
de follar y morir

supe de la gravidez,
que ella será madre
sé de tu gravedad
de ser padre
y de la voluntad que tienes
de follar y morir



FETAJE

la gente y la ciudad
madre e hijo
y todavía más :
cemento y carne

útero de concreto y cría
en un constante devenir
ingeniería mutua de sí



ALOJAMIENTOS

amobló mi cuerpo
y se fue a vivir en la calle

las paredes pintadas así
no me agradan

tu vientre vacilante
todavía es mi cuarto
cuando sueño tu cama



CALDO DE CAÑA

cuando el cuerpo se transforma
en curva de hoz
en el cañaveral
(en el cañaveral)
la dulzura de la hoz
descama las córneas de mi cuerpo


traduções minhas, com revisão e comentários do amigo e também poeta Alejandro Canedo

domingo, 20 de março de 2011

estação bolívia: jorge campero

















EXEMPLO DE BELLO DOMINGO


Dos seres
de la oscurana
palladores
en las horas
solitarias
Usados
Envejecidos
Están sentados
a la mesa
La hora del desabrido
Almuerzo
de la pensión familiar

Tras de los platos
esperan mañana
que será domingo
con su arrope
de magia espesa

Domingo de reventados
Con familia que zumba
domingo vacío
con hijos el domingo
de divorciados
El domingo de viejo perro
ovejero
El domingo de jubilado
el domingo de franco
de la realidad
de recordar cariñosamente
a los gatos y los muertos
de mirar las callejas

y pasear con la pretendida
del ayer
El domingo de voltereta
con biógrafo
el de mejor vestir
El domingo el domingo
el domingo el domingo
de plazas con fotógrafos
El domingo
el domingo
el domingo
el domingo
de los heridos de guerra


Jorge Campero (Tarija, 1953) é um dos mais importantes poetas bolivianos contemporâneos. O poema acima aparece em seu Sumarinum común sobre vivos, de 1985, e foi também selecionado pelo autor para constar em sua antologia pessoal, Tleriberta: sinceramente tuyo (2011). A foto é do lançamento deste livro no dia 18 de março no Instituto Gother, em La Paz, dentro da programação do II Festival Internacional de Poesia da Bolívia.

sábado, 19 de março de 2011

BOCAISAPO com música e poesia


Bocaisapo é um dos principais redutos boêmios de poetas, artistas diversos e intelectuias na cidade de La Paz. Localizada no coração do centro histórico, quase esquina da calle Indaburo com Jaen, é uma casa colonial com muito de sua arquitetura original preservada, onde se escuta boa música, se toma bons "tragos" locais e se encontra buena gente. Quinta-feira, um dia antes de lançar sua antologia pessoal Tleriberta: sinceramento tuyo, no Festival Internacional de Poesia, o poeta Jorge Campero, uma das vozes mais potentes da poesia boliviana contemporânea, brindou os amigos no Bocaisapo com a leitura de poemas de seu novo livro. Umas das noites mais agradáveis em La Paz. Na oportunidade também li poemas do Sem Lugar.


























fotos II festival internacional de poesía, la paz





Leitura de poemas no Museu Nacional de Arte. O poeta argentino Arturo Carrera ler poemas do seu Fastos.

Leitura de poemas pela poeta espanhola Esther Ramón no Museo Nacional de Arte






Com os amigos Alejandro Canedo, Jorge Campero e Israel Badani.

















fotos II festival internacional de poesia, la paz





leitura de poemas na sede da organização feminista Mujeres Creando.
















leitura de poemas por Silvia Guerra, do Uruguai; Vilma Tapia e Márcia Mogro, da Bolívia; e Carmen Berenguer, chilena.

fotos do II festival internacional de poesía, la paz




Festival Internacional de Poesía
Lectura de poemas en Etnocafé, 14 de março












Leitura de poemas pelo poeta colombiano Felipe García Quintero


















com os amigos Jorge Campero e sua companheira, Alejandro Canejo e Israel Badani

segunda-feira, 14 de março de 2011

festival internacional de poesia [bolivia/2011]


PROGRAMA OFICIAL

LA PAZ, COCHABAMBA Y ORURO, DEL 14 AL 20 DE MARZO

Poetas Participantes: Arturo Carrera (Argentina), Carmen Berenguer (Chile), Esther Ramón (España), Silvia Guerra (Uruguay), Felipe García Quintero (Colombia), María Soledad Quiroga, Vilma Tapia y Marcia Mogro (Bolivia).

El Festival Internacional de Poesía Bolivia 2011 comenzará su segunda versión este 14 de marzo. El Festival se llevará a cabo hasta el 20 de marzo, con actividades que comenzarán en la ciudad de La Paz y continuarán en Cochabamba y Oruro.

LA PAZ

LUNES 14

10:30 Inauguración del II Festival Internacional de Poesía Bolivia 2011

Ministerio de Culturas


21:00 Lectura de poemas

Participan todos los poetas del Festival

Etnocafé (calle Jaén)




MARTES 15

9:30 - 12:00 Taller de Poesía a cargo de Arturo Carrera

Espacio Simón I. Patiño (Av. Ecuador esquina Belisario Salinas)




10: 30 – 11:30 Conversando sobre Poesía

Participan: Carmen Berenguer, Esther Ramón, Vilma Tapia

Radio Deseo (Av. 20 de octubre)




16:30 – 17:30 Conversatorio acerca de poesía

Unión Boliviana de Clubes del Libro

Participa: Felipe García Quintero




19:30 Lectura de Poemas y Conversatorio sobre poesía latinoamericana

Participan: Carmen Berenguer, Silvia Guerra, Marcia Mogro y Vilma Tapia

Café La Virgen de los Deseos (Av. 20 de octubre)




MIERCOLES 16

9:30 – 12:00 Taller de Poesía a cargo de Felipe García Quintero

Espacio Simón I. Patiño (Av. Ecuador esquina Belisario Salinas)




12:00 – 13:30 Encuentro con jóvenes poetas

Participan todos los poetas del Festival y los jóvenes poetas bolivianos: Vadik Barrón, Barrón (Oruro), Noelia Arancibia y Abel Alarcón (Sucre), Mille Torrico (Cochabamba) Rocío Ágreda (La Paz) y Mariana Ruiz (Tarija).

Plaza del Bicentenario (Nudo Villazón)




15:30 – 17:30 Lectura en los Macro Distritos de la ciudad de La Paz

Participan: Silvia Guerra, Marcia Mogro, Felipe García Quintero




19:30 Lectura de poemas

Participan: Arturo Carrera, María Soledad Quiroga, Esther Ramón

Museo Nacional de Arte (Plaza Murillo)




JUEVES 17

COCHABAMBA

19:00 Lectura de poemas

Participan: Arturo Carrera y Esther Ramón

Sala de la Biblioteca del Centro Simón I. Patiño




ORURO

15:00 Lectura de poemas

Participan: Marcia Mogro, Silvia Guerra, Vilma Tapia, María Soledad Quiroga

Plaza Castro y Padilla




19:00 Mesa de lectura

Participan: Marcia Mogro, Silvia Guerra, Vilma Tapia, María Soledad Quiroga

Casa Simón I. Patiño




VIERNES 18

COCHABAMBA

19:00 Lectura de poemas

Participan: Carmen Berenguer y Felipe García Quintero

Sala de la Biblioteca del Centro Simón I. Patiño




ORURO

10:00 – 12:00 Encuentro con jóvenes escritores

Participan: Marcia Mogro, Silvia Guerra, Vilma Tapia, María Soledad Quiroga

Casa Municipal de Cultura




LA PAZ
19:30 Presentación de los libros Fábulas íntimas y otros atavíos de Vilma Tapia y Tleriberta de Jorge Campero.Salón Goethe, Goethe Institut (Av. Arce esquina Campos)



http://festivaldepoesiadebolivia.blogspot.com

domingo, 6 de março de 2011

carnaval de oruro


Ontem estive no Carnaval de Oruro, declarado pela UNESCO como Patrimônio Oral e Intangível da Humanidade. Gente a perder de vista e muita vibração. Um carnaval que reúne o melhor do rico folclore boliviano, com muitas máscaras, fantasias, danças, e também devoção à Virgem do Socavón. Lá estavam a diablada, a morenada, caporales, tinkus, llameradas, sicuris, incas, antawaras, tobas, waca wacas, kullawadas, pujllay e outras. De todas estas danças apenas algumas consigo identificar bem, e sem dúvidas tenho preferência pela morenada e caporal. Talvez por ter, com alguma freqüência, disfrutado destas expressões do folclore boliviano em espaços públicos aqui em La Paz, quando agremiações ensaiavam para a festa em Oruro. As pessoas se reúnem em agremiações em várias cidades do país para apresentação em Oruro durante o carnaval, e meses antes é muito comum encontrar os grupos ensaiando em praças pelas cidades.
Infelizmente, em virtude do aguaceiro e da "guerra de espumas" não tive como aproveitar muito para fotografar a festa com receio de danificar minha máquina. É comum que as pessoas que não estejam desfilando por suas agremiações estejam vestidas com capas vendidas no local mesmo para se proteger contra pequenas bolsas d’água e jatos de espuma atirados uns nos outros. Mas quando as agremiações passam as pessoas participam nas arquibancadas com fervor, cantando, dançando, aplaudido... um espetáculo bonito de se ver.

* a foto é de Germán Guzman

estação bolívia: atajo

Em tempo de carnaval deixo um vídeo da música morenada al corazón da banda Atajo. Gosto muito dessa música, que é um exemplo muito evidente da preocupação de Atajo em articular elementos do folclore nacional com referência mais universais como o rock, produzindo uma identidade sonora muito particular. Abaixo deixo ainda a letra da música.

MORENADA AL CORAZON
Letra y música: Panchi Maldonado A.

MORENADA PA MI ENTIERRO QUIERO QUE TOQUEN
PARA QUE ASI YO ME VAYA BIEN AGACHADO
AGACHADO Y DEJANDO TODAS MIS PENAS
MI CORAZON EN LA MANO LATIENDO POR TU AMOR

NO QUIERO QUE LO CONFUNDAN CON UNA MATRACA
VA LLEVANDO EL RITMO DEL BOMBO Y LOS PLATILLOS

CERVECITA Y …

MORENADA PA MI ENTIERRO SIGAN TOCANDO
HASTA QUE LOS MUSICOS CAIGAN BORRACHOS
SI ALGUIEN VA LLORAR POR ESTO, LLORE ALEGRE
LAS LAGRIMAS BAILANDO SE MEZCLAN CON EL SUDOR

YA ME VOY BIEN AGACHADO MI PASO SE HACE LENTO
MI CORAZON EN LAS MANOS SANGRA POR TU AMOR

CERVECITA Y …

YA ME VOY BIEN AGACHADO CON PASO DE MORENO
EL VIENTO DE LAS TROMPETAS ME VAN EMPUJANDO
COQUETEANDOME DEL BRAZO VIENE LA MUERTE
Y EN LA PALMA DE MI MANO LATE MI CORAZON

CERVECITA Y MIXTURA …

MORENADA PA MI ENTIERRO SIGAN TOCANDO
MORENADA PA MI MUERTE SIGAN BAILANDO
MORENADA AL CORAZON QUE SE VA DESANGRANDO
MORENADA DEL ADIOS SIGAN CHUPANDO.